Texto de Vinicius Costa
Pegue um planta bruta, sem nenhum tipo de trabalho ou condução. Como transformá-la em um bonsai? Basta aramar os galhos para baixo e podá-la? É só plantá-la em um vaso raso (ou bandeja)?
Sabemos que nada é tão simples assim. Claro que os monges chineses não ficavam pensando em regras quando faziam os seus, há mais de mil anos atrás, mas toda atividade sofre evoluções com o passar do tempo, ainda mais quando o ser humano está envolvido (já que temos a maravilhosa habilidade de “complicar” o que é simples), e no bonsai surgiram as regras. Em sua maioria, definidas pelos japoneses com o intuito de organizar um pouco as coisas, mas nunca com a intenção de desprezar determinado trabalho de determinado bonsaísta. As regras servem como alicerce para quem está começando, para entender o que pode ser feito para que a planta chegue onde você quer, sem danificá-la.
Eu considero as regras como um caminho trilhado, por onde é seguro passar, mas em um determinado ponto do caminho, as regras deixam de ser educadoras e passam a ser limitadoras. Mas não é exatemente sobre as regras que eu queremos falar, afinal, ler um livro e decorar regras é fácil, não? Mas e como aplicá-las?
Como definir qual estilo determinada planta terá?
Nada te impede de pegar qualquer planta e querer encaixá-la em qualquer estilo, você vai até conseguir, independente do tempo que vai demorar, mas o grande lance do bonsai, em minha humilde opinião, é olhar a planta e ver pra onde ela está indo, analisar suas possibilidades.
Conseguir enxergar em uma planta bruta as diversas possibilidades, a frente da planta e o futuro da mesma. Muitas pessoas gostam de colocar essa visão em um papel, fazendo desenhos de como a planta vai ficar no futuro. O famoso Jhon Naka (já falecido), possuía diversos sketchbooks, onde ele desenhava suas plantas até mesmo para exemplificar os diferentes estilos, e esse é um conselho que eu sempre dou para quem me pergunta por onde começar… Rabisque bastante, estude suas plantas, faça e refaça desenhos, mesmo que não saiba desenhar. Os desenhos são os seus projetos, apenas para você se guiar quando for executar o trabalho em seu bonsai.
A visão é o que permite que um arbusto assim:
Mestre Roberto Gerpe.
Se transforme em algo assim:
Humildade amigos, humildade é algo essencial para um bonsaísta. Quem sabe DE VERDADE não fica bradando aos ventos que é melhor do que alguém, quem sabe é sereno, e compreeende que cada um tem o seu caminho, uns com mais obstáculos, outros com menos, mas todos chegarão no mesmo lugar.
Texto extraído do site Projeto Bonsai
(http://www.projetobonsai.com)
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